Sou fã da Carolina Deslandes, sim aquela miúda fantástica com uma voz doce e arrepiante que me encantou ao participar nos Ídolos. Tinha o CD dela, infelizmente foi um dos que me roubaram no assalto. Em Maio a Carolina vai dar um concerto e só não vou se não puder. Bem, além de adorar a sua voz, as letras e a melodia das suas músicas, temos uma forma muito semelhante de pensar, pelo menos no que toca ao texto seguinte. Assino totalmente por baixo. Por hoje fico-me com esta citação de uma pessoa tão sábia, tão perspicaz e tão autêntica nos dias de hoje:
"Toda a gente fala da escassez, da falta das coisas. Sem dúvida que em tempos destes é o assunto de ordem, mas o que a mim me tem transtornado é a demasia. Há demasiadas coisas, demasiados nomes científicos para o que antes significava só "crescer", há demasiadas desculpas para os males que acontecem e para quem os comete. É tudo em demasia. A informação é em directo e sabemos de tudo em 20 segundos mas é mal distribuída, quem vê o telejornal sabe que não há dinheiro, que aumentou o Iva e depois ouve-se falar meia hora do Benfica e no fim lá mostram o panda bebé que nasceu no Zoológico. Ninguém informa de facto as pessoas do que se está a passar económica e socialmente tanto no nosso país como no mundo, as miúdas de dez anos não sabem a diferença da direita e da esquerda, não têm opinião política nem vão ter porque os meios de comunicação estão contaminados por uma data de informação superficial que cria esta geração demasiado preguiçosa,demasiado desinteressada. Demasiado. O que antigamente era chamado "puto reguila" é agora "hiperactivo" o que antigamente era chamado de "desleixo na escola" é agora "um problema de concentração" . Há demasiada ignorância, há demasiada benevolência, há demasiada tolerância numa sociedade que vive feita de pessoas que cada vez mais se escondem atrás de tudo isto e se desculpam dos seus erros, do seu desinteresse. As mães vão à psicóloga e dizem que o filho não consegue fazer contas de multiplicar, mas estranhamente o filho sabe ir ao iphone e jogar angry birds, e comprar aplicações e mil e uma coisas que a própria mãe não faz ideia, não há problema na concentração mas sim no que as pessoas se concentram. Estamos a criar uma geração apple que não sabe o que é a porto editora e se lhes dissermos a palavra biblioteca daqui a uns anos são capazes de achar que é a capital de um país qualquer.
Todos pensamos "devia haver alguém que mudasse o mundo, ou que mudasse esta ou aquela situação" e nunca nos lembramos que nós somos um alguém e que parte de nós. Desculpem o desabafo.
Love sempre,
Carolina"
Sem comentários:
Enviar um comentário