Ando uma preguiçosa de primeira, este
tempo chuvoso deixa-me muito pouco energética. Só apetece passar os dias em
casa com a mantinha, com a televisão, com os gatinhos, a tomar uma bebida
quente e a não fazer rigorosamente nada. Não é que não tenha coisas para fazer
porque tenho e podia aproveitar o facto de andar com tanto tempo livre para me
cultivar mais, ler livros, ver filmes, aprender mas é que nem isso tenho feito
e vou contrariar esta tendência!
Acho que é por ter passado o Verão a
trabalhar e não ter tido praticamente férias, que agora anda-me a saber tão bem
descansar e ocupar-me do que mais gosto. Aquilo que mais me dá gozo é sem
dúvida ter tempo para as pessoas que amo, para a minha família (gatinhos
incluídos), para os meus amigos e para o meu namorado, todas elas maravilhosas.
É passear, é rir, é cozinhar pratos de massa e doces como tanto gosto, é
reflectir sobre a vida e aperceber-me da sorte que tenho com as pessoas que me
rodeiam. Adoro aproveitar o meu tempo assim e faço intenção de assim continuar,
o único aspecto que tenho de alterar é a maneira como tiro partido dos dias que
passo em casa porque quero cultivar-me mais, ser mais activa e não me deixar
afectar tanto por este estado de hibernação propício desta época do ano.
Afinal já há um mês que estou de
"férias", isto é, somente com a faculdade. Agora é altura de começar
a não dormir até tão tarde para aproveitar melhor os dias, fazer ainda mais
coisas que me dão prazer, dedicar-me mais a mim e continuar a minha dedicação aos
outros e claro cumprir também com os meus deveres de estudante. Bem, isto já
vai uma grande introdução! O objectivo principal é mesmo falar sobre os meus
gatinhos, como surgiram na minha vida, a relação que tenho com eles e como em
pouco tempo comecei a amá-los tanto... hoje sou uma
"gato-dependente"!
O do lado esquerdo é o Silk, surgiu na
minha vida em Agosto do ano passado, uma amiga da minha irmã arranjou-o e veio
com apenas 6 semanas cá para casa. Ele e os irmãos nasceram na rua e não tinham
tecto nem o amor de pessoas. Eu nunca me identifiquei muito com gatos, para ser
sincera, sempre olhei para eles como animais frios, distantes e independentes
mas... mais uma vez a vida provou-me que estava enganada. São seres adoráveis,
mais independentes e menos meigos que os cães, mais atrevidos e brincalhões,
cativantes, mimados, carentes. Os animais, tais como as pessoas, moldam-se
conforme as suas experiências de vida e consoante o modo como são tratadas.
Ora, estes gatos criados com tanto amor, como podem ser frios e não serem
adoráveis?
O do lado direito, com os olhinhos
mais abertos na primeira fotografia de todas, é o Mitzy. Foi recebido em minha
casa no final de Janeiro deste ano. Foi oferecido pela mesma pessoa que nos deu
o Silk e pensamos que ele tenha passado muitos meses abandonado, a avaliar pelo
estado que ele chegou até nós. Os veterinários estimam que ele deve ser um ou
dois meses mais velho que o Silk, tendo aproximadamente 8 meses quando foi
acolhido. A verdade é que hoje ele está mais do que feliz connosco, habituado à
casa e ambos parecem irmãos. Outra verdade é que no início não foi nada fácil,
ele era muito medroso, vinha cheio de pulgas, sujo, magro, extremamente
carente, assustado e com frio. Demos-lhe um banho (tarefa difícil para um
gato), envolve-mo-lo num lençol e depois numa manta e demos-lhe muito
carinho. No dia seguinte, fui com o meu pai ao veterinário para ele levar as
vacinas e tomarmos as precauções necessárias.
O Silk era muito ciumento nos primeiros
dias, hoje são inseparáveis. O que um faz o outro imita, passam os dias a
brincarem, a dormirem juntos, a "beijarem-se". A sensação de cuidar
de dois animais que podiam estar expostos ao frio e a perigos, que podiam ser
atropelados ou mal-tratados enche-me o coração. Brincar diariamente com eles e mimá-los
cada segundo, ver como eles são felizes torna-me numa pessoa mais realizada e
feliz. As saudades que eu tinha de ter animais a viverem comigo, eu adoro
animais e com eles a minha vida tem mais cor. Eles são puros e leais,
reconhecem o que fazemos por eles e eu aceito-os tal como eles são. Como posso
resistir a dois pares de olhos sinceros, que só transmitem meiguice, bem-estar
e carência? Impossível. Amo encostar a minha cabeça à deles enquanto lhes faço
festinhas e escutar o ronronar de conforto e satisfação.
O mais fascinante desta história é a vida
ter-me ensinado uma vez mais a lição "nunca digas nunca", porque
palavra que depois do desgosto que tivemos com a morte do meu cão e de termos
passado quase seis anos sem animais, eu punha as mãos no fogo como os meus pais
não queriam mais nenhum animal. Felizmente estava errada. Eles já são parte da
família.
"Ando uma preguiçosa de primeira, este tempo chuvoso deixa-me muito pouco energética. Só apetece passar os dias em casa com a mantinha, com a televisão, com os gatinhos, a tomar uma bebida quente e a não fazer rigorosamente nada."
ResponderEliminarComo eu te compreendo, ultimamente também não quero mais nada. Só mantas, gato, filmes, pipocas, chá e de preferência bem acompanhada :P
=P pronto fico mais descansada por não ser a única preguiçosa ihih a sério que eu tenho feito um esforço mas há dias que não dá mesmo para fazer nada xD
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